A introdução alimentar é um marco importante no desenvolvimento dos bebês e, junto com ela, surgem inúmeras dúvidas. Uma das perguntas mais frequentes que os pais fazem aos profissionais de saúde é: pode oferecer comida com sal para bebê de 7 meses? Neste post, vamos esclarecer essa dúvida de forma completa, com base em evidências científicas e diretrizes oficiais de saúde. O objetivo é garantir uma introdução alimentar segura, saudável e saborosa — sem riscos para a saúde do bebê.
A alimentação do bebê de 7 meses: como deve ser?
Aos 7 meses, o bebê está no início da sua jornada alimentar. Após os 6 meses de vida, o leite materno (ou a fórmula infantil, quando necessário) continua sendo a base da nutrição, mas agora entra em cena a introdução alimentar com alimentos sólidos e pastosos. Essa fase é essencial não só para o desenvolvimento nutricional, mas também para o amadurecimento do sistema digestivo, desenvolvimento da mastigação, e construção do paladar.
Por isso, a escolha dos ingredientes, texturas, formas de preparo e temperos é muito importante. E é exatamente aí que surge a dúvida sobre o sal.
Pode oferecer comida com sal para bebê de 7 meses?
A resposta é: não. Bebês de 7 meses não devem consumir alimentos com adição de sal.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), nenhuma quantidade de sal deve ser adicionada às refeições de bebês menores de 1 ano.
Isso significa que todas as preparações devem ser feitas sem sal e sem temperos industrializados. Alimentos naturais, preparados com ingredientes frescos, são mais do que suficientes para garantir o sabor e os nutrientes necessários nessa fase.

Por que o sal deve ser evitado na alimentação do bebê?
A proibição do sal para bebês de 7 meses não é exagero. Existem razões sérias para isso:
1. Imaturidade renal
Os rins dos bebês ainda estão em desenvolvimento e não conseguem filtrar o sódio de forma eficiente. O excesso de sal pode sobrecarregar os rins e levar a problemas de saúde no futuro.
2. Risco de hipertensão
Estudos indicam que o consumo precoce de sal pode aumentar o risco de desenvolver pressão alta e doenças cardiovasculares ao longo da vida. A prevenção começa desde o berço.
3. Formação do paladar
Introduzir sal muito cedo pode alterar a percepção natural do sabor. O bebê pode se acostumar com sabores mais intensos e rejeitar alimentos saudáveis e naturais, o que pode afetar negativamente os hábitos alimentares na infância e na vida adulta.
Como oferecer alimentos saborosos sem sal?
Uma das grandes preocupações dos pais é que os alimentos sem sal sejam “sem graça” para o bebê. Mas a boa notícia é que os bebês não sentem falta do sal porque o paladar deles ainda está em formação.
Aqui vão algumas formas saudáveis de dar sabor à comida sem usar sal:
- Alho e cebola: bem cozidos, adicionam aroma e sabor;
- Ervas frescas: salsinha, cebolinha, manjericão e orégano são ótimas opções;
- Especiarias suaves: cúrcuma, cominho e louro, usados com moderação, são seguros;
- Cozimento adequado: o cozimento a vapor mantém o sabor natural dos alimentos;
- Combinação de alimentos: misturar legumes com frutas ou raízes torna o prato mais interessante.
Evite alimentos industrializados e ultraprocessados
Mesmo evitando adicionar sal no preparo das refeições em casa, é fundamental estar atento a produtos industrializados. Muitos alimentos prontos, mesmo os voltados para o público infantil, contêm quantidades elevadas de sódio, conservantes e outros aditivos que não são recomendados para bebês.
Evite:
- Biscoitos e bolachas (mesmo os “infantis”);
- Caldos prontos e temperos industrializados;
- Sopas e papinhas industrializadas;
- Enlatados e embutidos (como presunto e salsicha).
Quando o bebê pode começar a consumir sal?
Segundo a OMS e outras instituições de saúde, o sal só deve ser introduzido após 1 ano de idade, e mesmo assim com moderação extrema.
Para crianças de 1 a 3 anos, a recomendação diária de sal é de menos de 2 gramas por dia (o que equivale a aproximadamente 0,8 g de sódio). Isso inclui todo o sódio presente nos alimentos, tanto o natural quanto o adicionado.
O ideal é não salgar os alimentos do bebê separadamente. A família pode preparar a comida sem sal e só adicionar uma pequena quantidade no prato do adulto, mantendo a alimentação do bebê o mais natural possível.
Benefícios de manter a alimentação sem sal para o bebê
Evitar o sal até o primeiro ano de vida traz inúmeros benefícios:
- Protege os rins em desenvolvimento;
- Previne doenças crônicas como hipertensão;
- Estimula o consumo de alimentos naturais;
- Facilita a aceitação de frutas, legumes e verduras;
- Contribui para a formação de hábitos alimentares saudáveis.
Conclusão: o bebê de 7 meses deve comer sem sal
Agora que você já sabe que não se deve oferecer comida com sal para bebê de 7 meses, é hora de repensar o preparo das refeições da família com foco na saúde e no bem-estar do seu pequeno.
A introdução alimentar é um momento de aprendizado e construção de bons hábitos. Mesmo sem sal, a alimentação pode — e deve — ser saborosa, colorida e nutritiva. Com criatividade e ingredientes naturais, é possível oferecer uma variedade incrível de sabores ao bebê, contribuindo para seu crescimento saudável e a formação de um paladar equilibrado.
Lembre-se: o acompanhamento com um nutricionista materno-infantil pode ajudar muito nesse processo, garantindo que a alimentação do bebê esteja adequada em todos os aspectos.