Seletividade Alimentar bebê

Seletividade Alimentar: o que fazer quando a criança recusa alimentos?

A recusa da criança por determinados alimentos pode ser extremamente desafiador para muitas famílias e o que muitas podem estar passando é pela seletividade alimentar - um tema muito presente na maioria das casas e que vou detalhar bem nesse artigo, para que possa te ajudar ao máximo.

A recusa da criança por determinados alimentos pode ser extremamente desafiador para muitas famílias e o que muitas podem estar passando é pela seletividade alimentar – um tema muito presente na maioria das casas e que vou detalhar bem nesse artigo, para que possa te ajudar ao máximo. Se preferir veja meu vídeo que também explico tudo nele:

Ou se prefere a leitura, te conto tudo aqui:

O que é seletividade alimentar

A seletividade alimentar é atualmente classificada pela Sociedade Americana de Psiquiatria como Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) que acomete principalmente crianças na primeira infância, repercutindo até a adolescência e vida adulta. 

A seletividade alimentar pode ter como principal característica a aversão sensorial a certos sabores, texturas ou cores, podendo excluir determinados grupos inteiros de alimentos.

E como resultado da seletividade alimentar, a criança acaba alimentando-se normalmente com os mesmos alimentos (aqueles que ela julga mais seguros), tornando sua alimentação monótona e com isso, afetando a ingestão de nutrientes importantes como vitaminas e minerais.

Através da seletividade alimentar a criança pode desenvolver a recusa alimentar e também a neofobia alimentar (falarei mais a frente sobre essas, acompanhe).

Principais características da criança com seletividade alimentar:

A seletividade alimentar trás características específicas no comportamento alimentar da criança, tais como:

Recusa alimentar: uma lista de alimentos específicos que a criança recusa a comer, incluindo alimentos que antes faziam parte da sua alimentação;

Alta frequência alimentar: uma lista específica de poucos alimentos que são aceitos pela criança e que ela costuma consumir várias vezes ao dia, normalmente são alimentos vistos como seguros ou aceitáveis, ou seja, não há rotatividade alimentar;

Monotonia alimentar: a alimentação da criança tende a ser sempre a mesma, visto que muitos alimentos são recusados e poucos são aceitos;

Exclusão ou preferência por características específicas de alimentos: a criança com seletividade alimentar pode excluir grupos inteiros de alimentos, como também comer apenas 1 grupo de alimentos, como também selecionar texturas, cores e/ou sabores específicos de alimentos.

Outras características da seletividade alimentar em crianças:

Aversão a grupos inteiros de alimentos: a criança pode excluir alimentos por grupos, por exemplo: as leguminosas – acriança recusa toda e qualquer leguminosa;

Angústia ao ser encorajado a experimentar: a criança demonstra grande desconforto, tristeza ou angústia ao ser encorajada a a experimentar alimentos diferentes, seja por causa de uma fobia ou medo de engasgar ou vomitar;

Náuseas e vômitos: a criança que apresenta seletividade alimentar pode apresentar náuseas e até vômitos ao se deparar com a necessidade de comer novos alimentos.

Por volta de que idade pode começar a seletividade alimentar na criança?

A seletividade alimentar é uma característica da primeira infância e que dependendo do cenário que se desenvolve, da forma como é conduzida pelos pais ou responsáveis, pode permanecer até a adolescência e vida adulta.

É comum que os primeiros sinais da seletividade alimentar apareça por volta de 2 anos da criança, com sinais sutis como recusa de alimentos que antes faziam parte da rotina alimentar da criança, reduzindo a variedade do consumo alimentar.

A seletividade alimentar pode acabar se desenvolvendo na neofobia, um comportamento alimentar caracterizado pelo medo em experimentar novos alimentos, também muito comum nessa idade.

Causas da seletividade alimentar

As causas da seletividade alimentar são diversas e alguns estudos associam com a menor duração do aleitamento materno exclusivo, introdução precoce da introdução alimentar, a forma como os alimentos são apresentados na introdução alimentar, a forma como os pais ou cuidadores lidam com os primeiros desafios da alimentação (por volta de 1 ano temos um grande desafio, leia aqui).

Alguns estudos demonstram também que é possível que a seletividade alimentar esteja ligada à alguma situação traumática que a criança pode ter vivido, desde o início da introdução alimentar, como por exemplo um quadro de refluxo patológico, ou por ter sido forçada a experimentar ou comer algum alimento quando se recusou, ou até mesmo por ter passado mal após comer determinado alimento, podem ser fatores que levam as crianças a terem medo de comer e sentir dor.

Para saber mais sobre a introdução alimentar, preparei um super resumo com todas as informações, clique aqui e confira!

Impactos da seletividade alimentar na saúde

A falta de nutrientes pode afetar no crescimento e desenvolvimento da criança dependendo do grau de restrição alimentar ela está, devido à seletividade alimentar.

Isso porque uma alimentação muito restrita, o que acontece na seletividade alimentar, dificulta a ingestão de nutrientes essenciais (que para criança tem a demanda aumentada) para o bom funcionamento do organismo e desenvolvimento, já que as vitaminas e minerais são encontrados em grupos alimentares diferentes.

O ferro por exemplo, é encontrado principalmente nos vegetais verde-escuros como brócolis, couve, espinafre… Esse mineral atua diretamente na no crescimento da criança.

A vitamina A é responsável pela manutenção da visão e está presente nos alimentos vermelhos e alaranjados, como cenoura, abóbora…

As fibras garantem o bom funcionamento e saúde intestinal. Está presente nas frutas, legumes, grãos e sementes principalmente.

Para que o pequeno se desenvolva com saúde é muito importante evitar a seletividade alimentar e caso a criança já apresente esse comportamento, é preciso agir para que não agrave a situação e criança apresente carências nutricionais.

Se a criança já apresenta seletividade alimentar, como posso ajudar a reduzir?

A confirmação do diagnóstico de transtorno alimentar deve ser feita por um nutricionista ou médico que ao analisar, poderá basear sua conduta através do grau de seletividade alimentar que a criança apresentar.

A fase da primeira infância é repleta de oportunidades para que a criança comece a formar seus hábitos alimentares e fortaleça o paladar e é através da Introdução Alimentar e da Educação Nutricional que podemos ajudar os pequenos nesse processo, evitando a seletividade alimentar.

O principal ponto para ajudar uma criança que apresenta seletividade alimentar, neofobia ou qualquer outro comportamento alimentar é: não forçar que ela coma, pois essa atitude pode agravar ainda mais a situação.

Algumas estratégias que são eficientes para driblar a seletividade alimentar:

  • Técnica Lado a Lado: dar o exemplo e comer junto, são os maiores incentivos para que a criança tenha uma alimentação variada e um paladar amplo;
  • A Técnica Mini Chef’s: escolher a refeição, ir às compras, cozinhar junto e se servir, desperta na criança, o interesse em experimentar e com isso ela se abre para muitos alimentos antes rejeitados;
  • Receitinhas: usar alguns dos alimentos rejeitados em receitinhas que não camuflem muito suas características, pode ser uma boa estratégia para que a criança experimente e perceba que os alimentos podem ser consumidos de variadas formas.

É possível evitar a seletividade alimentar?

É possível evitar a seletividade alimentar desde o início da introdução alimentar, dando mais oportunidades para o bebê explorar ao máximo os alimentos e suas características, oferecendo alimentos seguros e de forma diversificada.

Para os bebês maiores que já iniciaram a introdução alimentar, é possível reduzir as chances de desenvolver a seletividade alimentar, através de atividades de educação nutricional que estimulam todos os sentidos e aborde vários aspectos sensoriais dos alimentos.

Ficou alguma dúvida sobre a seletividade alimentar e como ajudar sua criança nessa fase? Fale comigo, será um prazer ajudar.

Thayssa Roriz - Introdução Alimentar e Nutrição Infantil

Thayssa Roriz

Formada em nutrição, mãe do Cadu e da Cora, apaixonada pelo poder da transformação de uma introdução alimentar bem conduzida.

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