Cardápio para bebê APLV de 6 meses – Guia completo
Publicado em 11 de agosto de 2025
Atualizado em 15 de agosto de 2025
Escrito por Nutricionista Thayssa Roriz CRN1 9159
Descubra como montar um cardápio nutritivo, seguro e saboroso para bebê de 6 meses com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), abrangendo os métodos BLW e tradicional. Inclui menu semanal completo e dicas importantes sobre amamentação e dieta materna.
Neste artigo você vai ver:
A introdução alimentar é um marco importante na vida do bebê e, quando há diagnóstico de APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), os cuidados precisam ser redobrados para garantir uma alimentação segura e nutritiva
Importante: a introdução alimentar deve ser acompanhada por um pediatra e/ou nutricionista infantil, para adequar às necessidades individuais do bebê
O que é APLV?
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma reação adversa do sistema imunológico às proteínas presentes no leite de vaca e seus derivados, como queijo, manteiga, iogurte e fórmulas lácteas.
O diagnóstico geralmente é feito por um pediatra ou alergista, com base na avaliação clínica dos sintomas — que podem incluir alterações na pele (como dermatite), problemas gastrointestinais (diarreia, vômitos, sangue nas fezes) e sintomas respiratórios. Em alguns casos, o médico pode solicitar exames específicos ou indicar um teste de exclusão e reintrodução, no qual o leite e seus derivados são retirados da dieta por um período e, posteriormente, reintroduzidos de forma controlada para confirmar a reação.
Nos bebês de 6 meses, a recomendação é evitar qualquer alimento com traços de leite, incluindo produtos industrializados que possam conter leite na composição.
Cuidados essenciais na introdução alimentar do bebê APLV
Evitar contaminação cruzada – Utensílios, panelas e superfícies devem estar limpos e livres de resíduos de leite.
Oferecer alimentos naturais e in natura – Evitar industrializados com ingredientes desconhecidos.
A importância de manter a amamentação e ajustar a dieta materna
Para bebês amamentados, o leite materno continua sendo a principal fonte de nutrientes até 1 ano e deve ser oferecido sob livre demanda.
Quando o bebê é diagnosticado com APLV, a mãe que amamenta precisa eliminar totalmente leite e derivados de sua dieta, já que as proteínas podem passar pelo leite materno e causar reações no bebê. Isso inclui ler rótulos, evitar alimentos com traços de leite e ter atenção especial a restaurantes e preparações caseiras.
Se o bebê recebe fórmula, é necessário usar fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos, conforme orientação médica.
Cardápio semanal APLV para bebê de 6 meses
(versões para BLW e tradicional)
As porções variam conforme o apetite e aceitação. O leite materno ou fórmula especial continua sendo oferecido antes ou depois das refeições, conforme orientação profissional.
Segunda-feira
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço:
Tradicional: Purê de batata-doce com frango desfiado e chuchu cozido.
BLW: Bastões de batata-doce cozida no vapor + tiras de frango cozido + palitos de chuchu macio.
Lanche: Banana amassada (tradicional) ou meia banana cortada em tiras grossas (BLW).
Jantar:
Tradicional: Purê de abóbora com lentilha.
BLW: Cubos de abóbora cozida + bolinho de lentilha sem glúten.
Terça-feira
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço:
Tradicional: Purê de mandioca com carne bovina moída e abóbora.
BLW: Palitos de mandioca cozida + tiras macias de carne + cubos de abóbora macia.
Lanche: Pera cozida amassada (tradicional) ou fatias grossas de pera madura (BLW).
Jantar: Purê de inhame com cenoura (tradicional) ou pedaços grandes de inhame + palitos de cenoura cozida (BLW).
Quarta-feira
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço:
Tradicional: Purê de batata com frango e abobrinha.
BLW: Bastões de batata + tiras de frango + tiras de abobrinha macia.
Lanche: Mamão amassado (tradicional) ou tiras grossas de mamão maduro (BLW).
Jantar: Purê de mandioquinha com brócolis (tradicional) ou pedaços grandes de mandioquinha + floretes pequenos de brócolis macios (BLW).
Quinta-feira
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço: Purê de batata-doce com carne bovina e couve-flor (tradicional) ou pedaços de batata-doce + tiras de carne + floretes de couve-flor bem cozidos (BLW).
Lanche: Maçã cozida amassada (tradicional) ou meia maçã cozida em pedaços grandes (BLW).
Jantar: Purê de abóbora com frango (tradicional) ou cubos de abóbora + tiras de frango (BLW).
Sexta-feira
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço: Purê de inhame com peixe sem espinhas e chuchu (tradicional) ou pedaços grandes de inhame + lascas de peixe + tiras de chuchu cozido (BLW).
Lanche: Manga amassada (tradicional) ou tiras grossas de manga madura (BLW).
Jantar: Purê de batata com cenoura (tradicional) ou pedaços grandes de batata + palitos de cenoura (BLW).
Sábado
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço: Purê de mandioca com frango e abóbora (tradicional) ou palitos de mandioca + tiras de frango + cubos de abóbora macia (BLW).
Lanche: Pera amassada (tradicional) ou fatias grossas de pera madura (BLW).
Jantar: Purê de mandioquinha com batata-doce (tradicional) ou pedaços grandes de mandioquinha + bastões de batata-doce (BLW).
Domingo
Manhã: Leite materno ou fórmula especial
Almoço: Purê de batata-doce com peixe e abobrinha (tradicional) ou pedaços de batata-doce + lascas de peixe + tiras de abobrinha macia (BLW).
Lanche: Banana amassada com mamão (tradicional) ou tiras de banana e pedaços de mamão maduro (BLW).
Jantar: Purê de abóbora com brócolis (tradicional) ou cubos de abóbora + floretes de brócolis (BLW)
Conclusão
A introdução alimentar de um bebê com APLV exige atenção, paciência e muito carinho. Com um planejamento adequado, é possível oferecer refeições nutritivas, seguras e saborosas, sem riscos de contato com leite ou derivados. Lembre-se de que, aos 6 meses, o leite materno ou fórmula especial continua sendo a base da alimentação, e as papinhas ou alimentos em pedaços servem para apresentar novos sabores e texturas, além de estimular a mastigação e a autonomia.
Mantenha sempre o acompanhamento com o pediatra e, se possível, com uma nutricionista infantil para garantir que o bebê receba todos os nutrientes necessários para um crescimento saudável. E, claro, respeite o tempo e a aceitação do seu pequeno — cada avanço é uma conquista!
Nutricionista Thayssa Roriz
Formada em nutrição, mãe do Cadu, Cora e Caê, apaixonada pelo poder da transformação de uma introdução alimentar bem conduzida.