A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns na infância, especialmente nos primeiros meses de vida. Mães e pais de bebês diagnosticados com APLV frequentemente se deparam com muitas dúvidas sobre os sintomas, o diagnóstico e, principalmente, sobre a alimentação do bebê. Afinal, como identificar a APLV? Quais alimentos devem ser evitados? A alergia tem cura?
Neste artigo, vamos esclarecer todas as principais dúvidas sobre APLV em bebês, trazendo informações essenciais para que as famílias possam lidar com essa condição de forma mais segura e tranquila.
O que é a APLV em bebês e como ela se manifesta?
A Alergia à Proteína no Leite de Vaca (APLV) é uma reação alérgica do organismo à proteína do leite de vaca, que pode desencadear diversos sintomas. O sistema imunológico do bebê reconhece essa proteína como uma substância nociva e, ao entrar em contato com ela, desencadeia uma resposta inflamatória.
Os sintomas podem variar de bebê para bebê, mas os mais comuns são:
✅ Sintomas gastrointestinais: diarreia, refluxo intenso, cólicas, sangue nas fezes, prisão de ventre.
✅ Sintomas cutâneos: vermelhidão na pele, coceira, urticária, descamação.
✅ Sintomas respiratórios: chiado no peito, tosse persistente, congestão nasal.
✅ Sintomas gerais: irritabilidade, dificuldade para ganhar peso, sono agitado.
Esses sintomas podem aparecer minutos após o consumo de leite ou levar horas e até dias para se manifestarem. Por isso, é essencial observar qualquer alteração no comportamento ou na saúde do bebê.
APLV em bebês e intolerância à lactose são a mesma coisa?
Não! A APLV e a intolerância à lactose são condições completamente diferentes.
Enquanto a APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, a intolerância à lactose ocorre devido à falta da enzima lactase, responsável por digerir o açúcar do leite (lactose).
A APLV é mais comum em bebês, já que seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Já a intolerância à lactose é mais frequente em crianças maiores e adultos.
Como é feito o diagnóstico da APLV em bebês?
Não existe um exame único para diagnosticar a APLV. O diagnóstico é clínico, geralmente é feito com base nos sintomas apresentados pelo bebê e pela exclusão da proteína do leite da alimentação.
Os passos para o diagnóstico incluem:
✅ Avaliação médica: O pediatra ou alergista analisa os sintomas e o histórico do bebê.
✅ Dieta de exclusão: A proteína do leite de vaca é retirada da dieta do bebê (ou da mãe, caso esteja em amamentação).
✅ Teste de provocação oral: Após um período sem o consumo da proteína, o médico pode recomendar a reintrodução para avaliar a resposta do organismo.
A realização de exames, como testes cutâneos ou de sangue, pode ser solicitada para complementar o diagnóstico, mas eles nem sempre são conclusivos.

APLV e amamentação: o que as mães precisam saber?
Para os bebês que ainda não iniciaram a introdução alimentar e são exclusivamente amamentados, o tratamento da APLV envolve a dieta da mãe. Como as proteínas do leite de vaca podem ser transferidas para o bebê através do leite materno, a mãe precisa fazer uma dieta isenta de leite e derivados.
Aqui estão algumas orientações importantes:
✅ A mãe deve retirar todo tipo de leite e seus derivados da alimentação. Isso inclui leite de vaca, queijos, iogurtes, manteiga e até alimentos que possam conter traços de leite, como pães e bolachas industrializadas.
✅ Ler os rótulos dos produtos industrializados é fundamental. Muitas vezes, a proteína do leite está presente em alimentos que não parecem conter leite.
✅ A amamentação deve ser mantida sempre que possível. O leite materno é o alimento mais completo para o bebê, e a exclusão total da proteína do leite de vaca da dieta da mãe geralmente é suficiente para sanar os sintomas.
A adaptação à dieta pode ser desafiadora no início, mas é essencial para garantir o bem-estar do bebê com APLV.
O que o bebê com APLV pode comer?
A principal recomendação para bebês diagnosticados com APLV é a exclusão total das proteínas do leite de vaca da alimentação. Isso significa não consumir leite e todos os seus derivados, como queijo, iogurte, manteiga, requeijão e creme de leite.
As alternativas alimentares para bebês com APLV variam de acordo com a forma de alimentação:
✅ Bebês amamentados: A mãe deve excluir todas as fontes de leite e derivados de sua alimentação e deve ter muita atenção aos rótulos dos alimentos consumidos.
✅ Bebês que utilizam fórmula: O pediatra ou nutricionista pode indicar uma fórmula hipoalergênica (extensamente hidrolisada ou à base de aminoácidos).
✅ Bebês que já iniciaram a introdução alimentar: A dieta deve ser rica em frutas, legumes, cereais, leguminosas e proteínas alternativas, como leguminosas, tofu, frango, peixe e ovos (caso não haja outra alergia associada).
É essencial sempre ler os rótulos dos alimentos industrializados, pois muitos produtos contêm leite ou traços da proteína do leite de vaca.
Entender os rótulos dos alimentos é fundamental para a saúde de bebês com APLV.
Ler o rótulo de todos os alimentos será extremamente necessário durante o período de exclusão.
Os rótulos alimentares têm a obrigação de informar se aquele produto possui leite, derivados do leite ou traços de leite de vaca.
E você encontrará essa informação da seguinte forma:
“Atenção alérgicos: pode conter leite….” ou “Alérgicos: contém leite…” ou “Alérgicos: contém traços de leite…”
Nesse caso, o alimento deve ser excluído.
O leite de vaca e seus derivados podem estar presentes nos alimentos, inclusive em produtos de cosmética e de limpeza.
A APLV em bebês tem cura? Eles podem superar a alergia?
Sim! A APLV é uma alergia transitória, e a maioria dos bebês supera a condição até os 3 a 5 anos de idade. Em muitos casos, o organismo do bebê amadurece e passa a tolerar a proteína do leite sem desencadear reações alérgicas.
O acompanhamento médico e nutricional são essenciais para avaliar o momento certo de reintroduzir os alimentos lácteos na dieta do bebê. Esse processo deve ser feito de forma supervisionada para evitar possíveis reações adversas.
Conclusão
A APLV em bebês pode ser desafiadora para os pais, mas com o diagnóstico correto e uma alimentação adequada, é possível garantir uma rotina saudável e equilibrada para a criança. Identificar os sintomas, evitar os alimentos proibidos e seguir as recomendações médicas são passos essenciais para lidar com essa condição.
Se o seu bebê foi diagnosticado com APLV e você tem dúvidas sobre a alimentação adequada, consulte um nutricionista especializado para um acompanhamento personalizado!
Conte comigo!💛